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Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

Atualizado: 3 de ago.

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição endócrina e metabólica complexa caracterizada por uma variedade de sinais e sintomas, incluindo hiperandrogenismo (aumento dos hormônios andrógenos), resistência à insulina (RI), irregularidades menstruais, ganho de peso, acne, hirsutismo (crescimento excessivo de pelos) e infertilidade. O diagnóstico de SOP não se baseia apenas em exames de imagem, mas envolve uma avaliação clínica detalhada e exames laboratoriais.


Diagnóstico da SOP


Para diagnosticar a SOP, é necessário considerar critérios clínicos e laboratoriais. De acordo com os critérios de Rotterdam, pelo menos dois dos seguintes devem estar presentes:


  1. Oligo/anovulação: Ciclos menstruais irregulares ou ausência de ovulação.

  2. Hiperandrogenismo clínico e/ou bioquímico: Presença de sintomas como hirsutismo, acne, alopecia, e/ou níveis elevados de andrógenos no sangue.

  3. Ovários policísticos visíveis na ultrassonografia: Presença de 12 ou mais folículos em cada ovário ou aumento do volume ovariano.


Além disso, outros critérios e exames complementares incluem:


  • História Clínica e Exame Físico:

  • Avaliação detalhada dos sintomas ginecológicos e dermatológicos.

  • Medição da circunferência abdominal para avaliar a obesidade central.

  • Exames Laboratoriais:

  • Perfil Hormonal: Avaliação dos níveis de testosterona, LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante), além de SHBG (globulina de ligação aos hormônios sexuais) e 17-hidroxiprogesterona.

  • Glicemia e Insulina: Testes de tolerância à glicose e níveis de insulina para detectar resistência à insulina.

  • Perfil Lipídico: Avaliação dos níveis de colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos para monitorar o risco cardiovascular.

  • Exames de Imagem: Ultrassonografia Pélvica - Para verificar a presença de cistos ovarianos e avaliar a morfologia ovariana.

Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

E como a Nutrição pode te ajudar no manejo da SOP?


A nutrição é uma ferramenta crucial no manejo da SOP, auxiliando no controle dos níveis de insulina, redução da inflamação e promoção de um peso saudável.


1. Controle da Insulina: Manter os níveis de insulina sob controle é essencial. Dietas ricas em fibras e com baixo índice glicêmico ajudam a evitar picos de glicemia. Estudos demonstram que dietas de baixo índice glicêmico podem melhorar a ovulação e reduzir os níveis de insulina em mulheres com SOP (Moran et al., 2013).


2. Manutenção de um Peso Saudável: A perda de peso, mesmo que modesta, pode melhorar significativamente os sintomas da SOP. Uma combinação de dieta equilibrada e exercícios físicos regulares pode ajudar a reduzir a gordura abdominal e melhorar a sensibilidade à insulina. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana (Thomson et al., 2012).


3. Redução da Inflamação: Dietas anti-inflamatórias, como a dieta mediterrânea, que incluem frutas, vegetais, gorduras saudáveis (como azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3), e especiarias como cúrcuma e gengibre, podem ajudar a reduzir a inflamação (Vitaglione et al., 2014).


4. Equilíbrio Hormonal: Certos alimentos ajudam a equilibrar os hormônios. Alimentos ricos em ômega-3, como peixes gordurosos, nozes e sementes de linhaça, têm propriedades anti-inflamatórias e podem ser benéficos (Stromberg et al., 2015).


5. Suplementação: Alguns suplementos podem ser úteis. O inositol, por exemplo, tem mostrado eficácia na melhora da sensibilidade à insulina e na regulação menstrual. Outros suplementos, como vitamina D e ácido fólico, também podem ser benéficos (Genazzani et al., 2014).


Relação entre SOP e Disfunção Intestinal

Pesquisas recentes têm explorado a conexão entre a SOP e a microbiota intestinal. Estudos sugerem que mulheres com SOP apresentam alterações na composição da microbiota intestinal, o que pode contribuir para a resistência à insulina e inflamação crônica. Por exemplo, a disbiose (desequilíbrio na microbiota intestinal) está associada a um aumento na permeabilidade intestinal, o que pode exacerbar os sintomas metabólicos da SOP. Deixo os artigos para leitura caso queira saber mais sobre o assunto.​ (Artigo 1)​​ (Artigo 2)​​ (Artigo 3)​.


Adotar uma alimentação saudável e equilibrada, juntamente com exercícios físicos regulares, pode ajudar a controlar os sintomas da SOP, melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a inflamação. Consultar um nutricionista especializado é fundamental para desenvolver um plano alimentar individualizado e eficaz.



Referências:

MORAN, L. J., et al. Dietary composition in the treatment of polycystic ovary syndrome: a systematic review to inform evidence-based guidelines. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, 2013.

THOMSON, R. L., et al. The effect of exercise on body composition and markers of cardiovascular disease risk in women with polycystic ovary syndrome. Obesity Reviews, 2012.

VITAGLIONE, P., et al. The Mediterranean diet: a history of health. Current Opinion in Clinical Nutrition & Metabolic Care, 2014.

STROMBERG, J., et al. Omega-3 fatty acids and cardiovascular disease. Expert Review of Cardiovascular Therapy, 2015.

GENAZZANI, A. D., et al. Inositol as putative integrative treatment for PCOS. Reproductive BioMedicine Online, 2014.


Quer saber como aplicar essas estratégias de forma personalizada? Marque uma consulta para que eu possa avaliar suas necessidades individuais e criar um plano alimentar específico para você. Não deixe para depois, sua saúde é fundamental para o bem-estar!




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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o seu nutricionista para entender melhor sobre a síndrome dos ovários policísticos (SOP).


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